Finalmente assisti "Juno", o tão badalado filme que apresentou Diablo Cody ao mundo. E lamentei não ter ido ao cinema logo na estréia. Simplesmente uma obra-prima. Atuações excelentes de Ellen Page, Michael Cera, Jason Bateman, Jennifer Garner, Allison Janney e J.K. Simmons solidificam a qualidade da história. Mas a estrela principal do filme é mesmo o roteiro. Ele consegue, sem nenhum tipo de maniqueísmo, simplificar as complexas relações e reações que a sociedade estabelece e sofre quando encara uma bomba que foge do "padrão moral".
A situação trágica da adolescente grávida é um plano de fundo extremamente verossímil para a apresentação de personagens ainda mais verossímeis. Não existem estereótipos como na maioria dos filmes de Hollywood. Os agentes da trama não são "idealizados" e isso colabora para o maior efeito que o filme causa: o público se apaixona pelas personagens - e com extrema naturalidade.
Pra ficar em um exemplo, a personagem principal, Juno (Ellen Page), não é uma rebelde "porraloka", nem uma santinha idiota. É uma menina de 16 anos extremamente ácida, mas com uma visão completamente infantil e pueril das coisas ao seu redor. As toneladas de gírias que suas falas carregam disfarçam pensatas brilhantes (e, ao mesmo tempo, frívolas).
Pensatas, aliás, que pipocam por todo o roteiro. O filme não promove uma ou duas, mas várias reflexões. Das menores coisas às maiores.
Como se não bastasse, "Juno" arranca risadas do espectador, fazendo uso desde comédia pastelão até de um humor extremamente inteligente.
Minha maior impressão durante todo o filme era de estar mergulhado em alguma obra machadiana moderna. As relações dos personagens, a simplicidade da história, a realidade das situações abordadas e, principalmente, o intenso contato com o íntimo social, com a essência humana. Me senti lendo os contos de Machado de Assis.
Juno é, segundo a mitologia romana, a mulher de Júpiter (Zeus, na versão de Roma). Uma mulher tão linda quanto cruel. E essa é a melhor descrição do filme. Um safanão travestido de uma maravilhosa tragicomédia.
A situação trágica da adolescente grávida é um plano de fundo extremamente verossímil para a apresentação de personagens ainda mais verossímeis. Não existem estereótipos como na maioria dos filmes de Hollywood. Os agentes da trama não são "idealizados" e isso colabora para o maior efeito que o filme causa: o público se apaixona pelas personagens - e com extrema naturalidade.
Pra ficar em um exemplo, a personagem principal, Juno (Ellen Page), não é uma rebelde "porraloka", nem uma santinha idiota. É uma menina de 16 anos extremamente ácida, mas com uma visão completamente infantil e pueril das coisas ao seu redor. As toneladas de gírias que suas falas carregam disfarçam pensatas brilhantes (e, ao mesmo tempo, frívolas).
Pensatas, aliás, que pipocam por todo o roteiro. O filme não promove uma ou duas, mas várias reflexões. Das menores coisas às maiores.
Como se não bastasse, "Juno" arranca risadas do espectador, fazendo uso desde comédia pastelão até de um humor extremamente inteligente.
Minha maior impressão durante todo o filme era de estar mergulhado em alguma obra machadiana moderna. As relações dos personagens, a simplicidade da história, a realidade das situações abordadas e, principalmente, o intenso contato com o íntimo social, com a essência humana. Me senti lendo os contos de Machado de Assis.
Juno é, segundo a mitologia romana, a mulher de Júpiter (Zeus, na versão de Roma). Uma mulher tão linda quanto cruel. E essa é a melhor descrição do filme. Um safanão travestido de uma maravilhosa tragicomédia.
2 comentários:
oh my god!
se alguma editora ler seu texto, vai querer publica-lo em alguma revista!
Nunca li uma crítica tão bem feita e que me deixasse com tanta vontade de assistir o filme!
:o
concordo com o comentário acima. fiquei até meio intimidada com o seu post; os meus não chegam nem perto :p
mas eu gostei do modo como escreve, ótimo crítico! vou ver o filme
:*
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