domingo, outubro 29, 2006

Desabafo

Vergonha. É tudo que posso sentir agora.

Falando em sentir, previno o leitor sobre a carga desse texto. Ele está lotado de emoções. Portanto, se aquele que vos escreve parecer irracional, releve...

Vergonha. Vergonha de viver nessa republiqueta. Não posso assumir essa vantagem esmagadora que Lula obteve. Não consigo engolir o quão manipulável somos, o quão idiota somos. É como a piada que rola na Internet: Lula não é um presidente reeleito. É um presidente repetente. Com o nosso aval... Não é possível que o brasileiro mereça isso. Pois quer saber?! Merece sim, já que aquele que ganha o direito ao voto, merece o governante que tem.
Mas não... Eu me recuso! Os números que se danem: eu não elegi esse presidente! Recorro ao Diogo Mainardi e digo que Lula não é o meu presidente. Pode ser o seu, mas eu me recuso a concordar com isso.

Mas ainda me resta esperança. Eu sei, acho que sou o último romântico... Mas eu sei que ele não vai concluir esse mandato. Lula vai afundar na própria lama. Não vão sobrar mais assessores, companheiros, camaradas, seguranças, churrasqueiros. Ele vai estar sozinho, sem ninguém para acobertá-lo... Alguém vai chegar até ele e o discurso da ignorância vai cair. O papo do "nada sei" vai acabar. Em algum momento desses próximos 4 anos ele vai cair do palco da virtude moral em que se coloca. E o tombo vai ser feio. Pois quanto maior a altura, maior a queda... E o lulismo já foi longe demais.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Os Alckminstas estão chegando

Aos desafetos de Lula,

É doloroso acreditar nas armadilhas que a democracia nos prega. É por causa dela que somos governados por quem somos governados. É por causa dela que seremos governados por quem seremos governados. Mas não devemos nos dar por vencido agora. Afinal, é nossa culpa isso que está acontecendo agora. Fomos uma oposição burra e fraca. Falhamos, pois confiamos na democracia.

Sim, a culpa é nossa...

Tínhamos todas as armas legais para derrubar Luís Inácio Lula da Silva. Já derrubamos um presidente antes, mas nunca tivemos tantos motivos para fazê-lo. No entanto, não o fizemos. Preferimos acreditar na democracia. Na vitória nas urnas. Esquecemos de que se tratava do santo Lula. Por isso, é nossa obrigação derrubá-lo.
É nossa obrigação esquecer do que as pesquisas estão apontando agora e votar. É nossa obrigação fazer de tudo para conseguir alguns votos para Geraldo Alckmin. E se isso falhar, será nossa obrigação derrubá-lo antes de o segundo mandato ser concluído. É nossa obrigação destruir a eleição da impunidade, da falta de ética.

Falhamos. Mas ainda temos tempo de corrigir o erro. Faltam menos de dois dias para as eleições, para o momento final. E, se falharmos novamente, teremos mais 4 anos para não falhar mais.

terça-feira, outubro 24, 2006

A luta continua, companheiros

Tenho um problema pessoal com Lula. Tenho um problema que vem antes dos escândalos, das mentiras confirmadas, do cinismo presidencial, da arrogância que o poder lhe deu. Isso porque, durante toda a minha breve vida, eu fui ensinado que explorar é uma coisa ruim. E Lula é um explorador. Lula e toda a canalha do PT. E da pior espécie. Pior dos que os "porcos burgueses" que eles tanto atacaram. Explorar a ignorância alheia é extrair a liberdade de um povo.

Dizer que o PT é um partido de discurso populista é chover no molhado. Até porque, historicamente, as vertentes de cunho esquerdista sempre adotaram essa arma. Alguns realmente porque acreditam na palavra que pregam e outros porque sabem que o populismo é uma das mais poderosas massas de manobra que existem. Todos dizem isso, é senso comum. O que eu não vejo com freqüência é um ataque direto a essa prática. E isso me revolta! Pregar um discurso populista é mentir. É forçar um apoio popular. É explorar um povo mal-tratado por diferenças abusivas (sejam elas sociais, econômicas, culturais, educacionais). E essa época eleitoral só explicita ainda mais isso.

O carro chefe da campanha petista é o "Bolsa Família", projeto de assistência social intensificado radicalmente no governo Lula. Quer algo mais populista e mentiroso do que assistencialismo?? Dar o peixe sem ensinar a pescar é errado! E isso não é novo. É bíblico! No entanto, isso não interessa ao projeto de poder de Dirceu e cia. O "Bolsa Família" vai continuar do jeito que está não porque é o correto para o país, mas porque é um grande "cale-se" para o povo. Panis et circenses básico (e o povo brasileiro anda tão carente que nem precisa mais do circo para contentá-lo). Do outro lado, os tucanos nem ousam dizer que vão modificar o programa. Sabem que não há medida imediata contra o populismo e não tem a coragem de combater o erro, pois sabem que podem perder grande fatia do eleitorado.

Outra questão interessante da batalha eleitoral é o assunto das privatizações. O PT montou essa armadilha aos tucanos porque sabe que o povo brasileiro está atracado ao pensamento burro e fossilizado do nacionalismo e da defesa estatal. Além de garantir mais poder ao seu possível-futuro-governo (quanto mais abrangente a influência do Estado na sociedade, maior o poder dos governantes), Lula usa um discurso populista para jogar o PSDB contra o povo, dizendo que "os tucanos vão tirar o que é nosso e dar às elites gringas". E os peessedebistas mais uma vez se acovardam diante de uma ameaça concreta de perda de votos. O resultado disso é um Geraldo Alckmin com cara de bobo usando um colete com os símbolos da Petrobrás, dos Correios, etc.

O populismo só funciona com sociedades atrasadas e mal-informadas. E o Brasil, assim como 99% das nações latino-americanas, apresenta esse mal. São os
"perfeitos idiotas latino-americanos". É preciso caminhar muito para se livrar desse problema. Mas eu ainda tenho esperanças de ver um brasileiro menos manipulável. É claro que vai levar tempo. Já perdemos muitos anos com esse último governo e, de acordo com as pesquisas - que elas estejam erradas!, perderemos muitos mais com o próximo...

Mas, a luta continua, companheiros (se é que algum de vocês concorda comigo)...!

quinta-feira, outubro 19, 2006

Porto Seguro 06

Luau Tôa-Tôa

Ao contrário do que havia na minha cabeça, Porto Seguro foi uma viagem memorável. Eternamente memorável. Eu já sabia que o lugar não era o mais legal do mundo. Já tinha sido avisado de que a viagem só seria legal por causa das amizades e laços que seriam criados ou reforçados lá. Porém, sinceramente, não esperava um poder tão forte.

Havia tempos que eu não convivia em um ambiente tão agradável. Tão agradável que nem os axés, as brigas, as tristezas foram capazes de estragar. Ócio, amizade, praia, piscina, violão. Não há nada que possa estragar essa mistura. Acho que falo por todos quando digo que a viagem nos deixou revigorados. Nos tirou de uma realidade fria de que tudo está acabando (ou começando) e de que muitas pessoas vão se separar e nos enviou a um lugar em que a sensação de unidade era plena...

Agora, estamos de volta. Faltam apenas um ou dois meses de aula, de contato diário com aqueles que estiveram presentes em todo um processo de amadurecimento. Que tenhamos consciência disso. Mas que não nos esqueçamos do que aprendemos em Porto Seguro: não se pode subestimar a força do amor e da amizade.


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